quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

O Descobridor

Ah, essa gente que me encomenda
um poema
com tema...

Como eu vou saber, pobre arqueólogo do futuro,
o que inquietamente procuro
em minhas escavações do ar?

Nesse futuro,
tão imperfeito,
vão dar,
desde o mais inocente nascituro,
suntuosas princesas mortas há milênios,
palavras desconhecidas mas com todas as letras
misteriosamente acesas.
Palavras quotidianas
enfim libertas de qualquer objeto.

E os objetos...

Os atônitos objetos que não sabem mais o que são
no terror delicioso
da Transfiguração!

Poema extraído do livro Baú de espantos do Mario Quintana.



P.S: Todas as quartas-feiras selecionarei algum poema brasileiro para vocês. <3
Um abraço!

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