07:15 am.
O som do despertador ecoou em meu sonho
e me fez acordar num pulo inopinado.
Sentei na cama, respirei fundo.
Os lençóis ainda estavam mornos.
O meu corpo também.
O som dos veículos e pessoas atravessavam
a parede cor de abóbora do meu quarto, e anunciavam
o retorno da rotina.
Dei um suspiro prolongado e pesado.
Procrastinar não resolveu.
Nunca resolve.
A fumaça esparsa do café dançou no ar.
Aquilo me prendeu por alguns segundos.
Sai aflita.
Meus passos cadenciados passaram por pedras, folhas,
terra e asfalto.
E os meus olhos cruzaram com as íris de pessoas aleatórias.
As pupilas eram contornadas por tons azuis, castanhos,
pretos e cor-de-céu-nublado.
Por um instante parei e contemplei a imensidão que abrigava o
tímido sol.
Os carros e comércios emanavam um vapor cor de chumbo,
que se dissipava nas nuvens acinzentadas.
O dia tinha cheiro de saudade.
Dalyla Peçanha
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