sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Retorno



A intensidade das pessoas se esvaeceu.
Ninguém mais repara as cores do entardecer,
tampouco a profundidade e relevos da íris que
realçam o olhar de quem está próximo.
Ninguém mais sorri ao ver as curvas do sorriso
de alguém.
Ninguém mais sente.
E sentir é algo nobre.
É entregar-se.
É estar tão aflito quanto os olhares perdidos dos
desconhecidos que cortam as ruas.
É permitir-se voar tão alto quanto o mais intrépido
pássaro no céu.
É procurar as palavras certas quando se deve apenas
sentir.
Só sentir.

Dalyla Peçanha



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